hacked da20

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Paris, my best friend! cool beibe.

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terça-feira, 9 de março de 2010

hacked by da20

apos destruir e tomar o msn,os dois orkut's o email,ñ contente ainda tomei o blog,o que sera que falta + !!!!!!!agora vou destruir da pior forma esse maldito blog,zuado,uma viadagem só !!!!!

segunda-feira, 8 de março de 2010

hacked da20 hackiei tudo ,msn,orkut,tudo!!!!!blog e o caraio!!

sábado, 6 de março de 2010

Pearl jam - jeremy

Jeremy " é baseada em uma historia real. A inspiração principal veio de uma matéria de jornal sobre um garoto de 15 anos, Jeremy Wade Delle, nascido em 10 de Fevereiro de 1975, de Richardson, Texas, EUA, que cometeu suicídio com uma arma de fogo na frente de sua turma de Inglês, na Richardson High School, no dia 8 de Janeiro de 1991, pelas 9:45 horas. Em uma entrevista concedida em 2009, Vedder \vocalista da banda, disse que ele sentiu que "precisava pegar aquela pequena notícia de jornal e transformá-la em algo-transformar em algo que causasse uma reação, transformar em algo maior."


Jeremy foi descrito pelos seus colegas de aula como "muito tímido" e era conhecido por sempre aparentar que estava triste. Após chegar atrasado na escola aquela manhã, foi dito a Jeremy que pegasse uma autorização na direção. Ele saiu da sala e voltou com um revolver Magnum. Foi até a frente da classe, anunciou "Senhorita, eu peguei o que tinha ido buscar", colocou o cano da arma na boca, e puxou o gatilho antes que a professora ou alguém de sua turma pudessem fazer alguma coisa. Uma menina chamada Lisa Moore conhecia Jeremy da sala de suspensão: "A gente ficava trocando bilhetes, e ele falava da vida e coisas assim," ela disse. "Ele assinava todo os bilhete com, 'Responda.' Mas na segunda-feira, ele escreve, 'Até mais tarde.' Eu não sabia o que pensar daquilo. Mas nunca imaginei que isso fosse acontecer."


No vídeo clip, Jeremy é mostrado sendo atormentado pelos colegas na escola, correndo por uma floresta, e gritando com seus pais na mesa de jantar. Jeremy é o único personagem que se move durante o vídeo. A maioria dos outros personagens na vida de Jeremy estão parados. Palavras como "problema", "colega", "inofensivo", e "entediado" frequentemente aparecem na tela. Igualmente, a frase de Genesis 3:6 aparece, a qual se refere à criação do pecado, especificamente quando Eva come da Árvore do Conhecimento, e reparte com Adão. Conforme a música se torna mais densa e frenética, o comportamento de Jeremy se torna mais agitado. Luzes estroboscópicas aumentam a atmosfera de ansiosidade.



A cena final mostra Jeremy entrando ruidosamente na sala de aula, jogando uma maçã na professora e se colocando na frente da classe. Ele tira do bolso uma arma. A arma só aparece na versão não editada do clipe. A versão editada corta a cena para um close-up do rosto de Jeremy enquanto ele bota o cano da arma na boca, fecha os olhos e puxa o gatilho. Depois de flashes de luz, a tela fica preta. A próxima cena mostra a sala-de-aula, os colegas de Jeremy estão cobertos de sangue, absolutamente parados com olhar de terror. Um quadro negro, onde todas as palavras e frases foram riscadas, é mostrado onde Vedder estava cantando.



Jeremy é um exemplo de um caso de bullying com consequências dramáticas. Jeremy era um aluno fisicamente frágil, constantemente insultado e humilhado pelos seus próprios colegas. Um dia, não aguentou a pressão e suicidando-se em frente a toda a turma. O grupo Pearl Jam compôs então esta música em homenagem a Jeremy, com o principal objectivo de alertar a comunidade para a dimensão do problema do bullying. O governo norte-americano censurou tanto a música como o vídeo, proibindo a sua visualização.

Me and you, you and me.


Durante meses, anos, sofri por amores. Esparsos, vá lá, mas com certeza a soma final ultrapassou os anos. Amei, desamei, amei de novo e, claro, como todo amante que se preze, não aprendi a lição. Isso de se poupar, de reduzir eventuais danos futuros é para os fracos. Os fortes acreditam e agarram as oportunidades com unhas, dentes e alicates. talvez nãos os fortes, mas os teimosos – e é impressionante: todo romântico é teimoso, cabeça dura.
Sempre encarei cada pé na bunda, cada amor mal amado como a coisa mais natural do mundo. Todo o sofrimento e a rejeição me pareciam parte do jogo. No pain, no gain, pensava eu, o que é fato até certo ponto. Vale sim apostar todas as fichas, desde que o panorama seja no mínimo de possibilidades concretas. Arriscar-se numa partida perdida, entretanto, é burrice. O problema é que os apaixonados, em regra, não têm a visão dos fatos em toda a sua amplitude: enxergam somente o que seu emburrecido coração quer que seja visto, e aí reside o motivo da maioria dos tombos e das fraturas expostas.
O termômetro amoroso de cada um de nós ganha precisão à medida que amamos, somos amados e, principalmente, desamados. Não há livro de auto-ajuda, amigo ou psicólogo capaz de regulá-lo de antemão. Só atravessando relacionamentos ele é capaz de regular-se a ponto de ter alguma utilidade, e isso é assim porque, céticos que somos, só acreditamos vendo – ou sentindo. Não sendo o amor palpável, não tendo cor nem cheiro, somente somos nos é possível apreender sua medida – se é que há medida – através da convivência com candidatos a amantes. Não sendo tais candidatos passíveis desse tipo de envolvimento, entretanto, o termômetro tende a ter como padrão aceitável o “de menos”, o que nos faz parecer natural conviver com dores e percalços longe do desejável ou mesmo aceitável.
Um amor é “de menos” quando as faltas são evidentes. Se não para os amantes, ao menos para os que bem os conhecem. Qualquer que seja a falta – as necessidades variam de pessoa para pessoa –, se uma boa conversa não resolve é sinal de alerta. Carinho, diálogo, cumplicidade, sexo, atenção, fidelidade, consideração: qualquer que seja a carência, a partir do momento em que ela se evidencia é hora de repensar se vale à pena. Em se tratando de relacionamentos duráveis, um pequeno vão com o tempo pode se abrir num abismo fatal sem que os envolvidos se dêem conta. O resultado certo é engolir inconscientemente a infelicidade ao ponto de ela tornar-se algo natural, e isso é mais comum do que se imagina. triste…
Quando algo parece errado, mesmo que não se saiba o quê exatamente, quando há uma inquietude, quando faltas irremediáveis se evidenciam é hora de mudar de direção, sem medo e sem olhar pra trás. Todos podemos fazer por merecer um “felizes para sempre”. Um companheiro pra vida toda ou ao menos até que essa mesma vida o leve é nossa maior chance de escolha no campo do convívio. Bobagem desperdiçá-la por comodismo ou resignação.

má educação


Gael garcia bernal, ator, produtor e diretor mexicano. E meu ator favorito, é protagonista do filme. La mala educación (Má educação) é um filme espanhol de 2004, do gênero drama, dirigido por Pedro Almodóvar. Dois meninos, Ignacio e Enrique, conhecem o amor, o cinema e o medo num colégio religioso no início dos anos 60. O padre Manolo, diretor do colégio e seu professor de literatura, é testemunha e parte dos descobrimentos. Os três personagens voltam a se encontrar outras vezes mais, ao final dos anos 70 e 80. O reencontro marcará a vida e a morte de algum deles. Este filme não tem o humor, o clima é permanentemente pesado e depressivo.


Trailler do filme, vale muito a pena assistir éssa biografia.




sexta-feira, 5 de março de 2010

Cerebro, pra que te quero.






De um lado, duas prostitutas aposentadas. de outro, duas modelos. esse era o cenário de um debate do nada cult programa da luciana gimenez de um dia desses. a ordem do dia era humilhar tanto quanto possível as ex-profissionais do sexo: a discussão girava em torno do fato de algumas garotas de programa se anunciarem como "modelo", o que seria ultrajante para os reais cabides-ambulantes. para espanto e deleite do povão, inclusive esta que escreve, uma das ex-profissionais do sexo era absurdamente inteligente, e durante os 40 ou 50 minutos em que esteve naquele palco reduziu a pó os peões-de-agência que tentaram em vão demonstrar sua superioridade.





Valéria [ou vanessa] fez programa durante alguns anos e deixou a profissão para escrever um livro. foi tão bem sucedida que continua escrevendo até hoje e vive disso. na surra verbal que deu nas modeletes não defendeu a prostituição nem diminuiu a profissão de modelo. com opiniões sensatas e educação singular no debate, demonstrou que a inteligência feminina supera qualquer outro atributo quando se coloca frente a frente seres pensantes. no começo do programa ela era pequenina, feinha ao lado das divinas bonecas-de-cera; ao final do bate-boca reinava soberana naquele palco. colaboraram pra isso o narcisismo, a arrogância, a ignorância e, acima de tudo, a grosseria das beldades.





Primeiro as profissionais da moda se mostraram indignadas pelo fato de algumas prostitutas se intitularem "modelos", ao que valéria respondeu ser mais comum o fato de modelos se tornarem garotas de programa do que garotas de programa se apresentarem como modelos. depois disserem que seu trabalho era de altíssimo nível, enquanto o de uma das ex-prostitutas - cinema pornô e fotografias eróticas - carecia de dignidade e valor estético. valéria lembrou-as de que ambas tinham feito ensaios sensuais, deixando subentendido que isso não é propriamente fashion. polida, deixou de comentar que o portfolio de uma das modelos era muitíssimo semelhante ao da atriz. em seguida o ataque foi à indignidade da profissão do sexo, à degradação e à agressão dela decorrentes, ao que valéria, sem pudor algum, rebateu afirmando que na época em que trabalhava gostava do sexo pago. que mal há nisso? o tapa de luva final de valéria foi a pergunta à belíssima modelo de lingeries sobre o que ela faria quando se aposentasse, já que estava completando 32 anos. a loira prontamente afirmou que abriria uma clínica de estética, mas que não, não estava estudando pra isso; que não, não conhecia coisa alguma sobre o assunto; que não, não faria uma faculdade com os mais de 30 anos que tinha- que absurdo uma pessoa com essa idade estudar!, devia passar pela cabecinha oca e maquiada da moça -; e por aí prosseguiu a auto-sabotagem.




Valéria em momento algum se insinuou superior às demais mulheres, embora a certa altura do barraco essa superioridade fosse gritante. poderia ter apedrejado o teto de vidro da estúpida mulher que vive de mostrar a bunda em ensaios sensuais e desfiles de roupa íntima, o do poço de narcisismo de beleza meia-boca e língua mais ágil que o cérebro, e até o da divina modelo que acertou na loteria ao se entregar aos prazeres da cama com mick jagger num dia fértil - teria sido ela contratada pra enfeitar um after show dos stones?




Eu não defendo a prostituição da forma como ela ocorre no brasil, mas não a condeno como opção de vida. condeno sim a hipocrisia e o equivocado senso de superioridade de certas mulheres - geralmente as bonitas. não vejo tanta diferença entre anunciar a venda de sexo e namorar os donos do pão de açúcar. acontece que os pegadores de modelos seriais desse naipe têm um padrão de exigência estética elevado. como conseqüência, às que não foram abençoadas com a beleza sobrenatural de uma cicarelli, resta recorrer a meios menos sutis de fazer seus corpinhos renderem algum conforto material. no fim das contas, fica claro que enquanto algumas mulheres vivem do corpo sem saber que poderiam ser muito bem sucedidas às custas de seu intelecto, outras se enganam profundamente ao acreditarem que passarela e flashes são opção sua - e não a única possibilidade que lhes resta face ao seu baixo desenvolvimento humano e intelectual.

o calcanhar de cristina


Tem uma piada machista infame que diz: "a mulher se casa de branco porque o dia do casamento é o mais feliz da vida dela. Não é à toa que o homem se casa de preto". É uma idéia pouco romântica do casamento, mas a parte do homem até faz sentido. Na verdade, seguindo esse raciocínio, ambos deveriam estar vestidos de preto, pois o casamento de fato corresponde à morte de cada um para as infinitas possibilidades de amor com outras pessoas.
O inquietante filme vicky cristina barcelona ilustra bem essa idéia. Mais precisamente, ilustra a aversão a esse ocaso. Cristina tem maría elena e juan antonio, que são mais do que ela jamais sonhou, mas isso lhe parece pouco. É insuficiente porque limitado, fechado, constante - é um beco sem saída. Esse é o grande medo dos que juram amor eterno a uma única pessoa: ver todos os quintais do mundo, cada um com a grama de um verde diferente do outro, e privar-se de todos eles. Desse ângulo, assumir um relacionamento estável é suprimir, ainda que temporariamente, todas as demais chances de felicidade a dois (ou a três, enfim).
Dizem que esse desassossego só se faz presente quando nos sentimos incompletos. Entendo que este é o grande equívoco, pois parte-se da premissa que o outro deve nos completar. Ora, a incompletude é de cada indivíduo, acaba-se em cada indivíduo, e nada pode fazer o outro para remediá-la. Se falta algo cabe a cada um compreender suas carências a fim de saná-las no máximo com a ajuda do outro, mas nunca no outro. Teoricamente é muito simples, mas quando vêm os sobressaltos não há penélope cruz que dê jeito.
Toda pessoa quando solteira tem uma listinha mental dos;
fazíveis/amaveis/chupaveis/ficáveis/comíveis/namoráveis, certo? e sempre tem também uma vizinha gostosa ou um veterano delícia, não é mesmo? poisentão. Estamos falando em rasgar aquela lista, em colocar as tentações que moram ao lado na geladeira por tempo indeterminado e, ainda, em fechar os olhos e os ouvidos para todas as pessoas interessadas e interesantes que com certeza despencarão no nosso caminho. É esse o "calcanhar de cristina". Se vale à pena conviver com ele, vai do tamanho da alma de cada um.

A cor do invisivel


Qual é o ponto exato em que o peso da existência se torna insustentável? qual a medida da agonia que faz todo o resto não valer a pena? quanta tristeza é preciso pra se afogar num mar de lágrimas? quando é que o amargo se torna o único sabor acessível ao paladar?
A gente levanta todos os dias e diz na frente do espelho, meio se enganando, meio tentando se convencer: tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Mas vez ou outra a fala não convence, e sentimos a alma do tamanho de uma noz, pronta pra partir pra qualquer lugar bem longe. Sem saber bem o porquê, lutamos incessantemente contra esse desalento. Até quando?
Bela manhã, no meu quarto, peguei travesseiros, cobertores, lençóis e roupas. Apertei tudo no meu rosto, perdi o ar ao afagar um grito, gritando Nãããããããããããããããããããããão.
Até quando nenhum grito for capaz de aliviar, até quando não houver saída de emergência, quando não houver plano b. Até quando não houver porta nem fuga nem desvio. Até quando não houver mais caminho. Até lá, persistimos; além, negras flores que se abrem sob a chuva.

amaldiçoados


A gente reclama dos amores que nos deixaram. Agora imagine um amor que realmente se foi pra não mais voltar. Não falo de um amor antigo, mas atual; de um amor que irreversivelmente ficou no passado, levado pelos braços da morte. Nesse caso temos a real solidão, fim de quem ama. Sem volta, irremediável, sem sequer uma pequena-esperança pra amenizar a dor. Essa é a verdadeira maldição de qualquer amante.
Quando jovens geralmente não tivemos ainda que lidar com o fim definitivo de uma pessoa próxima e, sendo assim, em qualquer circunstância que ele aconteça a dor é dilacerante. Não há aviso ou manual de instruções capaz de nos preparar par tal acontecimento trágico. É sempre de certa forma inesperado e, ao mesmo tempo, uma fatal certeza. Dói mais quando é súbito, sem explicação – e quando acontece com pessoas mais novas geralmente é assim.
A morte de uma pessoa amada não significa o ocaso d0 amor. Para os familiares isso é evidente. Já para quem ama romanticamente essa pessoa, as coisas não são tão óbvias assim. Pelo contrário. Um acontecimente como esse mergulha qualquer mortal num mar de confusão. Pra onde seguir? o que sentir? que mensagem mandar para o coração? não há respostas. Há apenas um sentimento de vazio irreparável. A desorientação é a ordem, até que o tempo ou alguma outra coisa inexplicável aplaque a dor da perda. Sarar? acho que nunca. Sempre vai ficar uma cicatriz. Ainda que a vida siga, o pensamento volta e meia vagueia pelo que poderia ter sido.
Situações como essas são a exceção ao nunca diga nunca, a menos que se tenha algum tipo de crença numa vida além desta. E aqui sente-se o peso esmagador dessa palavra: nunca. falam que a perda de um amor em vida dói mais. Discordo. Enquanto há vida há esperança. A morte é never, jamás, é it’s over. Barreira intransponível. É sentir na pele todos os dias ao acordar o que é perder alguém. Essa dor não desejo a meu pior inimigo. Planos inconcretizáveis são a materialização das limitações humanas. Aprender a viver – não sobreviver – com isso é superar os próprios limites. É tirar forças não sei de onde pra viver cada dia não sei como rumo a não sei quê. Enfim, é um pesar cheio de pesares. São pêsames a si próprio sem perspectiva real de alívio.
Partir é o fim. Ficar é procurar um novo começo. É a busca outras motivações, porquês e para quês. É procurar algum querer que faça tudo valer à pena. É tentar transformar o mais absoluto não em possiblidades de sins. Força. Nessas horas essa é a palavra necessária a cada segundo. Talvez distrair a verdade para encontrar a tal força nalgum canto escondidinho da alma, porque tudo parece indicar que desistir é caminho menos penoso. Talvez seja, mas temos o ímpeto de pagar pra ver, de continuar, de arriscar tudo no amanhã – e isso move o mundo. Esperança apesar de todo o desespero. A busca de outra asa, ainda que de papelão. navegar é preciso, viver…
Nessas horas penso em olhar para os lados, em procurar placas indicativas antes de qualquer envolvimento mais profundo. Mas via de regra não há placas. Amar é sempre um risco, um excesso. Caso encerrado por desamor? dos males o menor. O último fim, que pode não ser o fim para quem fica, esse raramente manda aviso. É de repente, não mais que de repente, e tende a se eternizar em quem o viveu.
A palavra viúva vem de vidua, que quer dizer solitária, arrancada de seu estado natural, dividida. efim, metade, não inteira, e ser pedaço é desumano. Força e alma para os que enfrentam tamanha aflição.




Pornô, nariz perfeito, é literatura, queridos. O que pode parecer foda-pra-caralho numa ficção (pretensiosa, diga-se), pode ser uma grande merda pra nós, reles mortais, adotarmos como estilo de vida. Porque não é só a cena, a carreira, o sugar. Tem o seu depois...

Cocaína não é glamour, é decadência (e sem elegância) . Gente travada é chata pra caralho. Não seja maria-vai-com-as-outras. Não tô falando de vício, mas de sem-vergonhice. Compensa pegar de vez em quando umas anfetaminas da sua irmã gorda ou umas gotas de ácido da sua amiga terceiranista do curso de farmácia pra curtir uns momentos vive la fête.


Digo isso porque é muuuuuuuito triste ver aqueles marmanjos-tatuados-com-costas-largas-pernas-finas-e-playmobil-bed-hair órfãos de endorfinas nas sexta-feiras. Sim, porque o glamour dos meninos-roqueiros-pseudo-paulistas-sujinhos-com-os-cabelos-entupidos-de-sabonete-e-roupa-preta-tamanho-14-infantil acaba junto com o efeito do pó de sexta & sábado à noite.

Pose de junkie é fim de carreira. Muitas vezes, literalmente: o cara dá UM teco na balada moderninha de sábado e paga de william burroughs a semana toda. Aí tem que se entupir de dormonid, prozac, rivotril, lexotan e afins pra tentar ter uma vida sóbria mais ou menos prazerosa.

E tem toda a questão do capitão nascimento também. Sou apolítico, mas não tem como negar que são os playboyzinhos, underground (sim, tênis sujo de 200 reais, calça levis transformada em legging pela amiga costureira, roupinha do brechó da moda com preço de roupa da renner é indiscutivelmente coisa de playboy) ou não, quem faz os morros de florianópolis se assemelharem cada vez mais aos do rio. Futuro glorioso aguarda nossa ilha e adjacências...

Quer ficar feliz? tenha boas companhias. E leia uns livros de vez em quando pra ter assunto. Pode ser revista também, ou mesmo um filminho da sessão da tarde.

Precisa de um estimulante pra ficar aceso em festinhas de madrugada? toma uma xícara com 3 colheres das de sopa de nescafé: você fica ótimo.

Se o problema é sociopatia/monotonia nas situações mencionadas, aprenda a usar o olhar, porque, de fato, as melhores mulheres vão pra casa com os homens mais atrevidos.

Quer relaxar? pessoalmente, acho maconha uma bosta, mas dos males o menor. Quanto ao fudencial, use como eu: pra fazer alguma coisa bonita, e não dando uma de potranca pronta pra cesariana, derretendo no sofá de algum inferninho.

Quer relaxar gostoso? senta numa churrascaria e se entope de carne gordurosa. Serve um xis da ponte também. Depois de comer, garanto que você nem vai sentir seu corpo (presumo que devido ao fato de todas as forças se voltarem pra digestão). só não faça disso um hábito pra não virar uma baleia das drogas alternativas.

Quer relaxar pra valer? sexo, queridinhos. Solitário, de dois, de quatro, Enfim. Orgasmos. Muita língua, muita saliva, mãos habilidosas e pudor nenhum. Vai gostoso. Você fica altíssimo durante e ralaxadíssimo depois. Drogas internas, gratuitas e que não promovem estrago algum a terceiros que não têm nada a ver com a paçoca. Só não vai dar uma de renan calheiros! Uma babadinha é sempre phina e jontex sempre.

Enfim, pros amigos e amigas que não assistem discovery channel antes de dormir, informo que aqueles carreirões de pó acabam com suas veias. Primeiro acidentezinho no seu veículo envenendo, é aneurisma na certa.!! Se for pra continuar fodendo com seu nariz (só pra constar, não dá nem pra fazer plástica depois), Pelo menos levanta a tampa do vaso quando sair do toalette, por gentileza.

Obrigado

quinta-feira, 4 de março de 2010

Cafajestes


É incrível a atração que os cafajestes exercem sobre a maioria das pessoas. Cara de safado, jeito de safado, papo de safado. Eles não são de pedir desculpas, tampouco de mandar recados. Sua objetividade, aliás, é capaz de fazer corar as mais desavisadas. Não, eles não são do tipo de homem que a gente costuma cultuar em nossas cabecinhas de eternos adolescentes apaixonados. Pelo menos não as sãs entre nós. Alguma no recinto? creio que não.

O típico canalha é irresistível. Pode ser feio, bonito, alto, baixo, mas invariavelmente é dono de um charme que beira o obsceno. Homens desse naipe carregam estampado na cara uma indefectível tarja preta indicativa dos prazeres e posteriores males que podem proporcionar. Os dizeres da bula, Moçoilo ou moçoila que se preze já sabe de cór: "indicado para pessoas de perfil como o meu (adoooooooram apanhar...). Fonte de prazer ilimitado por breve período, após o qual desaparece do mapa sem aviso prévio. Pode rapidamente levar a um estado de dependência física e psíquica".


Ao se deparar com um exemplar dessa espécie, mesmo conhecendo as contra-indicações, eu que sou eu não dou bola e, sem pensar duas vezes, jógo a bula fora e imploro pra ser o prato principal do cafajeste. E como é bom o mundo dos deleites sem compromisso...


Acontece que, num belo dia (ou, pior ainda, numa bela noite), o previsível se concretiza: o bonitinho vira as costas e vai embora. É então que começam os sintomas da abstinência: espera por horas a fio de um telefonema que não vem; pensamento obsessivo e planos mirabolantes de vingança; sentimento agudo de solidão noturna; manifestação de personalidades outrora vivas apenas em canções buarquianas; e o pior deles: a perda do amor próprio.

Quando as coisas chegam a esse ponto, não adianta chorar nem bater o pé, porque as delícias, digo, os canalhas, têm formação física diferente dos outros mortais: carregam no peito um coração de pedra. Apesar de frio, o órgão não é de gelo - impassível de derretimento, portanto.

Num caso clínico como esse, recomenda-se à enferma, em caráter de urgência, a colocação do músculo involuntário que pulsa pelo bandido - o coraçãozinho entupido de mágoas - em estado de latência. Essa medida deve ser acompanhada de imediata indução, via ingestão alcoólica, ao hiper-funcionamento do fígado. O tratamento não tem previsão de resultados definitivos a curto nem a longo prazo, mas um alívio das dores no decorrer do período de desintoxicação é comprovado empiricamente. Saúde, senhoritas!



*A título de curiosidade, a transmutação do coração desses homens em pedregulho via de regra é conseqüência de trauma amoroso.

Nutella




Acabou de passar um monte de recruta correndo de short verde e regata branca. Me vieram perversões com nutella à cabeça agora, digo... Beibe, deixa eu passar nutella em vc?



Só se você limpar depois. Com a língua.


Começamos pela nuca, pode ser? beijostoansiosoprafazerisso.


Você que manda, beibe. E, tipo assim, vamos fazer um ensaio pornográfico, digo, fotográfico durante a limpeza? podemos começar pelo umbigo.


Eu decido a ordem, ok? o fetiche é meu, a língua é minha, o boneco inflável é meu. Muita nutella pelo corpo, misturada com xepa de marlboro pra dar um gostinho. Prazer, luxúria e perversão.


Línguanutellacorponutellalínguanutellacorposatisfaçãoaocliente


[?].


Depois manda os vídeos pro meu gaymail. Beijosnatrave, digo, natrava.

Bem-acompanhado


Te olho de canto e rezo catorze ave-marias pra que você continue distraído e me deixe aproveitar mais um pouquinho a sua presença. Você não imagina como é bonito assim, sorrindo, flertando, ensaiando uma dancinha com o pé direito... Só não me olha nos olhos pra não me desequilibrar, por favor. Guarda seu abraço com cheiro de verão pras outros pequenos, porque se não eu vomito...
(pausa)
vomito??? é, quem me conhece sabe que nervosismo me dá vontade de vomitar. Vou falar em público: ânsia de vômito; "passa a carteira, se não morre!": ânsia de vômito; "quer namorar comigo?": ânsia de vômito. Terrível, isso.
(play)
Pensando bem, me olha sim. Juro que controlo meu estômago e te dou o sorriso mais tomara-que-me-coma do mundo!. (RISOS) Me olha, sorri pra mim e me abraça (e me aperta e me chama de mon bijou, digo...) Antes que passe a coragem, antes que o curta rodando na minha cabeça chegue ao fim.
Vem pra que eu possa inventar uma desculpa qualquer pra gente sair desse lugar e passar o resto da noite falando coisas sem importância. Vem pra eu te mostrar meu novo eu e te contar minhas tantas velhas histórias. Vem tomar um café da manhã (amanhã) comigo. Vem me ouvir dizer umas bobagens românticas e outras sacanas, todas sinceras.
Vem pra eu te despir (com a boca) desse seu figurino psicológico desencanado e te vestir de menino-feliz-bem-acompanhado.

Fingindo orgasmo




Oh Shit! mereço um oscar.

Um mimo





E a vida me presenteou com um mimo dos mais delicados: você com a mão estendida em convite. Não tive pernas pra fugir.

Antes daquele beijo eu já era seu.

Carta para tia noela


Querida papita noela
Gostaria de pedir à senhorita que me mandasse embrulhado pra presente um gentleman. Sim, um homem nouvelle vogue, daqueles dos filmes antigos, sabe?. Não precisa estar de terno, chapeuzinho e cigarrilha no canto da boca, mas o temperamento deve ser de lord inglês.
Sabe, papita, cansei de ser o machinho das relações e de ter que suar o decote pras coisas funcionarem. Não quero mais saber de ter que decidir tudo, de não poder discutir relação pelo fato de o bofe não saber o que é isso, de ter que me carregar bêbado pra casa.
Bem de amiga, minha cara diva de cetim vermelho, traz aí no seu trenozinho envenenado um moço beirando os trinta, maduro mas não podre, que me faça sentir todo todo!. Pra isso, só precisa ser educado, bem resolvido, safadinho entre quatro paredes, inteligente e alfabetizado funcional [!], bonito, cheiroso, me matar de rir várias vezes ao dia, me achar o mais lindo dos homems depois do joony deep e do zac efron, ter um abraço de encaixe perfeito e um beijo suculento. É pedir demais? tá, é. Mas não precisa pagar as contas nem abrir a porta do carro, só se oferecer pra fazer isso é suficiente. Também não precisa gastar o dinheiro da cerveja com rosas chilenas - as flores podem ser roubadas do canteiro da rua mesmo.
Enfim, tia noela, quero um bofescândalo que mantenha a faca da minha bota salto sete ali, quietinha, na bota. Faz uma forcinha, vai. Juro que vou me comportar melhor no ano que vem.
Um beijo, querida.

A arte do cinismo


meu olhar é falso, minha risada é de mentira, as atitudes são forjadas.

Cheia de graça é aquela de ipanema. Eu disfarço e me concentro pra atravessar cada dia com o bom-humor mais masoquista do mundo, mas ainda assim bom-humor. Me escondo atrás dessa máscara de euforia, incorporo o personagem e jogo todas as cores possíveis e imagináveis nessa tela cinza.
Acho que é isso a felicidade: saber travestir os vazios de carnaval - ou seja, puro cinismo. Sim, porque não acredito que exista alguém pleno, completo e cem por cento realizado o tempo todo. Sempre tem um hiato, um não, uma ausência batendo no peito - sempre pesa um passado desviado ou um futuro inviável. O que varia de pessoa pra pessoa é a maneira de encarar e de lidar com o não ter / não ser. É aquela velha história: rir pra não chorar.
Como disse um grande amigo meu [?], é melhor ser alegre que ser triste. Se é assim, enganemo-nos a nós mesmos, caríssimos! com risadas, olhares e brincadeiras capazes de convencer nossas almas fatigadas de que toda essa loucura vale a pena. De vez em quando dói, mas só naqueles breves momentos em que o cansaço ainda não se transformou em sono sem sonhos. Ou com sonhos que nos libertam.

Ponto g? cade?


Martha medeiros diz em uma crônica que o ponto g feminino fica nos ouvidos: não adianta apalpar, beijar, lamber com toda a habilidade sem umas palavrinhas bonitas, piegas e/ou safadas sussurradas ao pé do ouvido. Pra levar qualquer moçoila aos céus, portanto, nada tão eficiente quanto um linda-gostosa-mulher-da-minha-vida-te-amo-loucamente. Faz sentido, em parte.
Acho uma grande bobagem esse mito nada moderno de que homem faz sexo e mulher, amor. Tem horas e horas, noites e noites, camas e camas - tem o sexo e tem o amor. Quando um acompanha o outro, melhor; quando não, pode ser bom também. Aqui é que se encontra o porém da teoria da mrs. m. m.: o orgasmo pode começar pelo ouvido [não literalmente, presumo eu] tanto pro menino quanto pra menina quando há o amor, a paixão, o friozinho na barriga. Quando é só pega-pega, entretanto, soaria até ridículo um prazer-meu-nome-é-fulano-tira-a-roupa-eu-te-amo - acaba com o tesão de qualquer mortal.
Eliminada a hipótese do mero corpo a corpo, marthinha tem razão. Quando as borboletas se fazem presentes, nada como declarações bem melosas pra fazer arrepiar a nuca. Um cafuné, um cheirinho, a palma de uma mão quente estendida sobre as costas - indescritíveis sensações.
Amemos, senhores. E soltemos a língua e o verbo - é ponto g na certa.

Depois vem o ninfeto dizer que eu sou feminista na minha pseudo-literatura... quer coisa mais mulherzinha que isso? hunf!

rafis mew de cada dia


Eu tenho um amigo dentro de mim, que anda pelo mundo divertindo gente. E chorando ao telefone. Ah, esses atores... Volta e meia ele, rafis, toma um chá de sumiço pra tentar se encontrar, se entender, se saber. Coisa de artista, presumo eu.
Ele se acha meio errado, meio confuso. E é, pra falar a verdade. E aí está todo o encanto daquela pessoinha. é o clichê da pessoa ultra-moderna [tem até um coração roquenrôu tatuado no peito, veja só!], e a mais única das criaturas. Impar, como cada uma das pessoas sensíveis que ele e eu [e você, se tiver também um pouco de sensibilidade] queremos pra dividir nossos cafés de final de tarde.
Rafis sabe que tem à sua volta as pessoas mais legais do mundo, que ele escolheu a dedo! [algumas literalmente, outras não]. Mas, quando se deita na sua caminha de casal pra um, antes de o sono vir, é dominado por pensamentos maléficos tão comuns nas cabecinhas dos homems avulsos - coisas do tipo por-onde-andará-o-chantilly-desse-morango-suculento-que-eu-sou? do que ele não parece se dar conta, como a maioria das pessoas avulsas [inclusive este que escreve], é que o chantilly fica na geladeira do supermercado, e não na seção de congelados.
Digam-me, todos os rafis desse mundo, o que é que se pode esperar dos bofes que nos fazem suspirar, ou seja, aqueles caras sujinhos da noite, com barba por fazer, rolled up sleeves and skull t-shirts e vocabulário limitado? cá pra nós, só falta o crachá de "menino-problema" no peito. Sim, eles são deliciosos. Sim, é diversão garantida. E sim, eles se fazem descartáveis, porque tem muito rafis suculento pelo mundo, louco por uma vida mais ordinária.
Deixemos esses vazios pra um futuro idoso e distante, senhoritos, com uma tacinha de champanhe numa mão e um capri-mentolado-contrabandeado na outra, ao som de um jazz empoeirado e carregando na bagagem nossos 15 livros publicados, 24 filmes lançados, 6.348 pacientes atendidos ou 4.456 processos sentenciados.
No, no, no! porque a noite é uma criança e já somos bem grandinhos.

Se a alma não é pequena

Ando esperançoso demais, e não acho a esperança uma coisa bonita. Vejo esse sentimento como primo da pena e irmão da resignação. Gente esperançosa é gente boazinha, gente queridinha, gente evangeliquinha. Esperança me dá a idéia de sentar e esperar acontecer, de dar chances e não se mexer, de acreditar no inexistente. Péssimo, isso. Principalmente quando se deposita todo esse tomara-que-venha em alguma pessoa.

Pessoas não são boas. Pessoas são egoístas e limitadas - não vêem muito além do seu umbigo nem fazem força pra mudar isso. Pessoas são rancorosas, inseguras, fábricas de sentimentos mesquinhos. Pessoas não entendem que tudo vale a pena se a alma não é pequena, e mantêm-se em seu tamanho mínimo pra não ter que viver coisas que ultrapassem seu entendimento. Pessoas são a decepção materializada, são amargas, são um pedacinho do inferno caminhando sobre a terra.

Sabendo de tudo isso, por que é que a gente insiste em vivê-las? é realmente impossível ser feliz sozinho? não sei, mas, mesmo na maior tempestade, a tal da esperança sempre dá as caras, me pega pela mão e me guia rumo a essas decepções homo sapiensesianas. Já-conheço-os-passos-dessa-estrada-sei-que-não-vai-dar-em-nada-lalalala, e, ainda assim, continuo aumentando minha coleção de retratos em branco e preto. É sempre uma certeza burra de que as coisas podem se ajeitar, de que as pessoas podem crescer e aparecer, de que, por não existir um ser perfeito, as chegadas e principalmente as partidas devem ser pensadas com muita generosidade de espírito.

Acho que minha alma cresceu demais, porque eu realmente acredito que vale, e vivo cada perecível como se fosse eterno.

rafis

Poisentão




Tomo o desvio da esquerda ou sigo toda a vida reto? engulo um comprimido ou uma dose de vodca? faço um filho ou um livro? fico rico ou viro professor? débito ou crédito? obedeço ou opto? café ou chá preto? rock ou jazz? paz ou tormenta? qual certo e qual errado, cara pálida?


Há cores que não têm nome, há aquele intervalo em que o dia não acabou nem a noite chegou, há situações a que o maniqueísmo não se aplica, há os hiatos - sem erro e sem acerto. Perturbadoramente simples.

quarta-feira, 3 de março de 2010

fica o dito pelo não dito


Põe vodca barata nesse café por que assim não vai dar.! Muita chuva
nessa tarde dos infernos, muito inferno nessa chuva. Um, dois, nove,
cigarros. Três, quatro, dez comprimidos. Não toma que vai fazer mal
profígado, etylenol não mata essas dores de criança mimada. Aliás
cadê o caderno que mandei pra carolina dos olhos tristes? e que ela
não leu por preguiça de histórias toscas da pequena burguesa dos
cabelos ressecados. Que escreve pra tapear essa vontade de mandar
tudo pra puta que pariu! e de passar uma borracha nessa palhaçada
toda e começar do zero, num outro lugar, com ultras visões, pras
minhas retinas entediadas. O deio que me chamem de bebe.
tira esse interpol da vitrola. Que sofrimento de amor é o caralho e
tem muito mundo pelo mundo e eu não quero mais ficar aqui.

2 minutos surreais

Sozinha, ria alto e revirava os olhos na mesa central do bar mal iluminado. Já tinha a atenção da platéia garantida há alguns minutos quando berrou um ô-seu-garçooooooooom! e deu palmadinhas na cadeira vazia pedindo que ele se sentasse. Armado o circo, começou a cena mais estapafúrdia que já presenciei.



Colocaram boleta na minha bebidaaaaaaaaaaa! eu tô "dogradaaaaaaaaa"! colocaram "tóchico" na minha bebidaaaa! - gritava como uma voz muito fina, bagunçando as sílabas e prolongando as do final.



O bar inteiro olhava abismado. Um riso aqui e outro ali, mas, de modo geral, o clima era de apreensão. O garçom suava num pedido silencioso de socorro, mas a mulher não parava de falar.


Quem colocou "dogra" na minha bebidaaaaaaaaaaa? eu tô "gávidraaaaaa"! quem vai cuidar da criançaaaaaaaaaa? essa criança é filha da boleta que colocaram na minha bebidaaaaaaaaaa! eu quero pensão! vou chamar a "puliça" agoraaaaaa!


Nesse momento um segurança se aproximou, mas não se atreveu a se dirigir à mulher. O garçom ensaiou uma saída, mas a foi puxado pelo braço:


Não sai daqui não! quero saber quem vai cuidar da criançaaaaa! que boleta é essa que você colocou na minha caipiraaaaa? que "dogra" é essa que deixa a gente "gávidraaaaaaaaaa"? eu quero uma indenização! não vou pagar a contaaaaa! chama o gerente agoraaaaaaaaa! ô-seu-gerente! ô-seu-gerente! eu tô "drogadaaaaaaaa"! eu tô "drogadaaaaaaaa"!


levantou-se agitadíssima e cambaleou rumo à saída com um sorriso-de-coringa deformando o rosto.


chama a help! chama um padre! chama a flávia alessandraaaaa! quem vai me levar pra delegaciaaaa? eu quero denunciar a "dogra" da bebidaaaaaaa! e quero saber quem vai cuidar da criançaaaaaaaaaaaa!...


Antes que as pessoas pudessem assimilar o que acontecia, staff e clientes, a mulher ganhou a rua sem a menor dificuldade - e sem pagar a conta. Durante alguns segundos, só se ouvia mick jagger anunciando a próxima música no telão. Nenhum suspiro, nenhuma voz, nenhum barulho de copo. Só dezenas de pares de olhos arregalados voltados pra porta do lugar, até que se instalou a desordem: gargalhadas, manifestações calorosas de revolta, gente levantado e formando fila pra sair, palmas, enfim, o espírito da mulher reinando absoluto sobre o happy hour daquela sexta-feira.



Assim foram os dois minutos mais surreais da minha breve vida. Se era "dogra", sem-vergonhice, pegadinha do malandro ou manifestação de alguma enfermidade mental, só a mulher sabe.


bju rafis.

Analisando: vip de balada

Uma da manhã, você azul de raiva na fila quilométrica de entrada daquela festa disputadíssima, passam por você umas pessoas que nem são aquilo tudo e, ignorando a aglomeração ordenada, adentram o local na frente de todo mundo. Não, não são mal-educados quaisquer: além de não ter que esperar, eles recebem beijinhos sorridentes da hostess e uma pulseirinha de livre acesso a mezaninosbarracamarotes que os isentam do pagamento da taxa de entrada. Nessa hora a revolta bate nos mortais indianamente alinhados que não se conformam com o tratamento desigual e que, invariavelmente, se perguntam em silêncio: "quem são essas pessoas que eu nunca vi na globo?".



Resposta: das duas, uma - ou elas são very important persons ou são mini-celebridades-arroz-de-festa. No primeiro caso trata-se de convidados do dono da festa, ou seja, gente cuja presença é desejada por quem manda no local e tem o poder de decidir quem é e quem não é very important na ocasião - e que nem precisa ser amigo do seu globo ou tão important assim. Na segunda hipótese, mais curiosa, trata-se daquelas pessoas que são praticamente lustres da balada: têm o direito adquirido de passagem devido à altíssima freqüência no local. Pra estes, a moça da porta entrega a comanda já com o nome, o barman traz o drink antes mesmo do pedido e o caixa pergunta sobre a existência de alguma doença quando em vez de qualquer álcool forte tem que cobrar água perrier.



Os VIPs de segunda categoria, digo, da segunda categoria são os mais interessantes de se analisar. Não fazem necessariamente parte de uma micro-panela dos ditos descolados, mas são conhecidos por todos os freqüentadores de uma macro-panela. São figurinhas carimbadas com números assombrosos de visitas a páginas virtuais - fotolog, orkut, myspace, Tweeter... - e, embora na maioria das vezes não sejam atores-modelos-dançarinos-músicos-poetas notáveis, têm nome e fisionomia conhecidos e comentados em mesas de bar por meio mundo de desconhecidos. Em decorrência disso, acabam por se tornar um tanto quanto devassos já que a facilidade de acesso a qualquer cama é máxima - o cara ou a mina dá uma piscadela pro "fã" aleatório e este, cara a cara com seu sonho de consumo, se sente todo especial. Aí, já viu... Não precisa nem do eu-te-amo-qual-seu-nome-mesmo?.



Assim sendo, o carão de ignorar filas em inferninhos é apenas uma das regalias inerentes às celebridade menores. É meio que "o segredo": a pessoa se acha a última delícia, age como se a última delícia fosse e, vejam só, acaba por entrar de fato para o grupo das últimas delícias - e gente deliciosa é bem-vinda em qualquer lugar do mundo. [Eu achava que isso era peculiaridade daqui da ilha decadente, pero no. São paulo é muito pior. E tem no rio também, apesar do onipresente seu globo. Aliás, nem acho mais a ilha decadente. Em ilha bela, pelo menos, as pessoas são bo-ni-tas e educadas, de modo geral, e maquiagem estilo amy não é febre].



A verdade é que, a menos que você seja um célebre filho da noite, conheça as pessoas "certas" ou tenha um cartão de crédito apto a comprar qualquer coisa, só sendo íntimo do seu globo vai escapar de mofar em filas noturnas. Ou sendo gostosa e pagando peitinho, claro.

Nefasto delineador




Vamos falar sobre lápis de olho. Mais especificamente, sobre a má aplicação desse artefato.
O lápis preto pode fazer maravilhas numa produção: evidencia olhos claros, aumenta ilusoriamente os pequenos e ameniza os saltados. Até aí, tudo bem. O que tem me feito rir ironicamente por aí é a falta de noção de algumas miguxas: desde que amy winehouse fez-se um ícone, seus olhos felinamente contornados viraram uma febre. A pessoa pode estar de cara lavada e sandálias havaianas em pleno sol do meio-dia - os três gramas de lápis estão sempre lá pesando sobre os olhos. São cleópatras em série: um exército delas, cada uma com seu estilo de roupa e cabelo, mas unidas pelo uso de gosto duvidoso de seus delineadores avon.
Na era pré-amy, esse tipo de pintura [sim, porque não chega a ser maquiagem um troço desses] era usado exclusivamente pelo tipo de mina que vai a bailes de formatura, debutante [?] ou casamento fantasiada de repolho gigante com um ninho na cabeça e brilho em excesso. Se estivéssemos nos anos 80, com certeza mangas bufantes completariam a catástrofe. Os olhos de poderosa ísis eram um complemento até óbvio pra cafonice toda. Tô falando alguma barbaridade? no, no, no.



É sério: uma mulher com um rosto lindo e sensatamente vestida inevitavelmente vai parecer saída de um desenho do paintbrush se não souber fazer bom uso de um estojinho de maquiagem. Portanto, a menos que você esteja fantasidade de amy, mulher gato, cleópatra ou poderosa ísis, controla o lápis de olho, meu bem. Ou siga a manada e seja feliz. Aproveita e faz um coque de doze centímetros de altura com a raiz não retocada dos cabelos e usa como bolsa. Luxuoso e super Pin UP.

Bju amy querida!!

De mentirinha


Eu não entendo muito bem o porquê da necessidade das pessoas de mentir em seus relacionamentos. Não falo de coisas pequenas, de educação, de sutileza. Se você não agüenta mais ouvir aquele semi-conhecido chato que encontrou por acaso falar, vale dizer que tá atrasado pra um compromisso inventado pra se retirar sem ser indelicado. Se sua cunhada tem um gosto duvidoso pra se vestir, vale convencê-la em pleno verão de que ela vai passar frio com aquela mini-saia de paetês. Vale também tomar o suco de beterraba da sua avó com um sorriso no rosto e cumprimentar o filho da puta do seu ex-namorado. Tudo isso, mais que falsidade, é civilidade. Fora essa hipótese, nem adianta tentar me explicar, porque pra mim mentira, enganação e omissão deliberada são maneiras de passar por cima dos outros - o que não é nobre aqui nem na china.

Você odeia uma pessoa que faz parte do seu círculo social, por exemplo. Não há necessidade de agredi-la todas as vezes que vocês se encontram - você não é um ogro, afinal -, mas é o fim da picada você dar tapinhas nas costas dela, perguntar como vai a família e telefonar no aniversário pra dar parabéns. Qual o motivo pra isso? não sei, mas bom não pode ser. O tipo de pessoa que age assim, na minha humilde opinião, não é lá muito confiável. Vai saber com quem mais está sendo falsa...

Hipótese número dois, muito comum: casais inseparáveis onde, entretanto, reina a infidelidade. não falo de relacionamentos abertos, mas de relações apodrecidas pela deslealdade. Ela não sabe das gatinhas dele e/ou ele não sabe dos bofescândalos dela - a sujeira jaz inerte sob o tapete da desonestidade. Olhos não vêem, coração não sente, certo? é, até é verdade, mas no dia em que bater um ventinho, não é pouca a poeira que vai subir. E aí... Bom, aí não tem amor que sobreviva à ausência de respeito. Tentar consertar com mais mentira é consolidar a desonestidade como base do relacionamento e, se é assim, pra que continuar?

Temos, ainda, um terceiro caso, misto dos dois anteriores: o triângulo amoroso. O namorado engana a mulher com a ju [amiga safada sempre atende por ju, impressionante] ou o docinho do cara tem os costume secreto de matar aula na faculdade pra fazer "expedições" à cama do amigo do futebol daquele. Maravilha. Chega um dia em que o namorado ou o docinho decidem acabar com o triângulo pra se mudarem definitivamente para seus respectivos playgrounds. Cá pra nós, só sendo muito burros quaisquer dos envolvidos vai acreditar que um relacionamento desses vai ser diferente do anterior: Ora, se a pessoa agiu de forma, digamos assim, filhadaputinha com o namorado anterior, por que seria diferente com o atual? ou: se a pessoa não viu problema em se envolver com o namorado da amiga, por que respeitaria os amigos do novo namorado? ninguém é especial a ponto de mudar o caráter de outra pessoa.

As mentira que eu não entendo são, enfim, aquelas que funcionam como artifício para ocultar de alguém o comportamento de que se tem vergonha. Representam fugas das conseqüências das próprias escolhas. A mentira materializa a desonestidade do mentiroso em relação a alguém querido - claro, porque se fosse uma pessoa desimportante não haveria interesse em "poupá-lo" de qualquer informação.
Digam o que quiserem, mas gente que acha que os meios condenáveis justificam os nem sempre nobres fins de seu interesse eu não engulo - não dou tapinha nas costas, não pergunto da família e muito menos telefono pra das parabéns no dia do aniversário.

Sonhos são sonhos







Eu estava em uma estação de esqui fantasiado de michelle obama: base escura no rosto, cabelo e vestido chanel negros. Bebia um vinho adocicado no gargalo e descia à toda velocidade a neve branca e lisa num snowboard cor-de-rosa. Ao pé do morro dei um abraço quentinho num primo querido já falecido. Eduardo tinha o cheiro de sempre – cheiro de verão – e o sorriso mais acolhedor do mundo. Seu cabelo fininho balançava ao vento dos alpes ou de bariloche, não sei, e tomamos um banho de tinta de todas as cores, como num trote de calouros espetacular, cinematográfico. Eu falei de quanto o amava e da falta que ele me faz, lembramos nossa adolescência e rimos muito. Saímos de mãos dadas na neve que já não era neve, mas um gramado muito verde infinito, e no lugar da mão de eduardo eu segurava a mão de vanessa.
Vanessa sokoloski, assim, bem russa, foi minha melhor amiga durante alguns anos no ensino fundamental. Ela era muito alta e magra, pele morena, olhos absurdamente azuis contornados por cílios gigantes. O que eu mais adorava nela era sua risada, que era na verdade gargalhada, sempre. Ria com a boca muito aberta e o som de sua alegria debochada enchia qualquer cômodo. Há anos não a vejo. Vanessa segurava minha mão e gargalhava olhando nos meus olhos. Não disse nada. Só riu enquanto corríamos como crianças naquele gramado rumo à augusta. Sim, à rua augusta, são paulo.



A augusta, as usual, caótica naquela noite morna. Gente de todo tipo caminhando com garrafas na mão, muita fumaça e inferninho ao lado de inferninho de portas abertas aos passantes. Entrei sozinho no wonka, que na verdade fica em curitiba, não em são paulo. Encontrei minha garrafa de vinho dos alpes e também um desconhecido da alemanha: Cristian. Ele estava em sephia e absolutamente imóvel sorrindo com uma mão ajeitando o cabelo. Não tinha altura nem voz, mas cheguei bem perto pra conferir se não era um cartaz em tamanho real, e não – era o próprio cris, com brilho nos olhos e roupas de tecido molinho. Abracei-o como quem reencontra um amigo há muito distante, mas não me abraçou de volta. Sequer se moveu, como que preso em uma fotografia antiga.



O tal wonka é muito colorido, meio wonka factory mesmo, mas subitamente uma luz muito forte tingiu tudo de branco. Agora eu estava numa exposição fotográfica em qualquer lugar da argentina. Fatal era o nome da exposição. Percebi que vestia um sobretudo preto apenas. Outro desconhecido veio em minha direção e substituiu minha garrafa de vinho por uma taça pela metade. Era pablo, um fotógrafo de são paulo. tinha rugas ao redor dos olhos e barba de três dias. A iluminação indireta do local fazia os olhos dele faiscarem. Me parabenizou pelo meu aniversário e, já na casa dele, também toda branca, me mostrou o telefone branco de onde tinha me ligado no meu aniversário de 2005. Diferente daquela vez, agora nos entendíamos perfeitamente em nosso portuñol. Eu disse que aquele telefonema foi a coisa mais delicada e surpreendente de toda a minha vida e senti um clima de bocas se atraindo, quando pablo perguntou se eu poderia me juntar às outras bonecas de cera brancas no canto da sala. Olhei pra trás e a sala era copacabana.



Na copacabana deserta, uma escada em espiral rumo aos céus. Achei melhor não subir. Me atirei no mar e nadei, nadei, nadei. Na outra margem karen me pegou pela mão, me embrulhou na minha toalha da mônica de capuz e me serviu vários pedaços de nega maluca com extra cobertura de brigadeiro.

Closer


Chegarei ao ponto de já não estranhar o fato de estar mais uma vez insone às quatro da manhã e pensar seriamente em beber uma ou duas cervejas pra relaxar, mesmo tendo que estar de pé dali a poucas horas para o trabalho. Isso acontecerá de novo e de novo e de novo na mesma semana, até o ponto de dia e noite já não fazerem sentido, pois minha mente confusa e sempre meio embriagada de álcool ou cafeína desaprendeu a descansar. Agirei no piloto automático, atravessando dias na empresa sem me dar conta do quanto produzi, e noites em qualquer aglomeração que distraia minha miséria. E quando chegar em casa todo final de tarde ou de noite pensarei seriamente em beber mais uma ou duas cervejas pra relaxar, mesmo sabendo que isso só vai trazer mais confusão para minha já bagunçada realidade.
Perderei a fome e alguns quilos. Fumarei dezenas de cigarros tentando preencher esse vazio que não se completa.
Enlouquecerei levemente na cidade sem fim. E tramarei em segredo meus planos de vitória e recomeço, que serão adiados até o surgimento de um bom motivo que parece nunca vir. Planejarei decisões e grandes mudanças . Atrasarei meu relógio ao ritmo de qualquer demora, não importa qual, desde que o hoje não pareça definitivo. Perderei todas as esperanças de te encontrar de novo, pois aquele com quem me deparo no espelho nunca é o mesmo de um segundo antes – aquele que incessantemente morre um pouquinho pela falta de alguém. Revisarei inúmeras vezes minhas equações para tentar entender onde tudo aquilo se perdeu, e não encontrarei solução a contento.
Pensarei em shakspear, em romeu, em julieta e em todos meus antigos finais infelizes, e sentirei uma vontade irremediável de consertá-los por mera distração, pra tapear a dor maior – minha grande dor.
Farei uma nova tatuagem para lembrar o que sem querer quero esquecer e que, no entanto – Eu sei –, jamais esquecerei.

terça-feira, 2 de março de 2010

Momento cinsero


Eu queria ter nascido hetero. pessoas melhores, em regra. Ao menos os meus. Meu cabelo tá com uma textura horrível. Tô ouvindo a fergie cantar big girls don’t cry. meu cachorrinho tá fazendo seczo com a namorada de pano dele agora. Já bebi duas cervejas de cinco. meus dois ex potencialmente casáveis se casaram com outras recentemente. Estou feliz por eles. Mesmo. concluo que já estou sozinha há algum tempo. Agora só oficializamos. Que vontade de me dar uma surra! tá, vou dar uma surra no meu fígado. Digo. Vou ouvir los hermanos no ipod até pegar no sono. Mas antes Lauryn hill. a istoé desta semana confirmou algumas de minhas suspeitas na reportagem dos 9 mitos sobre o amor. Preciso perder cinco quilos pra ficar bem, e oito pra atingir a meta deste ano. saudade dos meus tempos de anorexia/nicotina/nutella. tenho pensado bastante nesse peste, que sequer conheço. meu novo divo platônico, quase dois metros de ossarada em fotos – efeito al green, certamente. ano que vem faço meu tão sonhado braziliantour. Me aguarde com a cama feita, a mesa posta, a casa em festa e a espinha ereta.




Comecei meu teatro completo no centro cultural e estou achando uma bela porcaria. Fiz planos com uma amiga de voltar aos tempos de jovem e puta. Tô tendo dificuldade de adentrar essa fase pós-curto-circuito-do-coração e me sentindo um velho por isso. Minha fila invisível já está a postos novamente, e nem isso tem me animado a voltar para as ciladas da vida solteirabarraputa. Cá entre nós, não espalha, mas eu nasci pra amar. e abafa mais ainda: cansei de cuidar desses marmanjos mal resolvidos que me vêm e me encantam e que cedo ou tarde se mostram rasos demais. Pedaço de carne por pedaço de carne, a partir de hoje serão lolitos, porque eu mereço e posso me dar a esse luxo. Descomplicação e satisfação garantida. yes, i'm drunk. and you're beautiful. and tomorrow morning, i'll be sober but you'll still be beautiful. Eu tenho o dom de desenterrar esses troços 90’s. Meu café em pó solúvel, minha fé deu nó, minha fé em pó solúvel… Saudade das matines. não das hervas, quem dera. Já bebi três das cinco cervejas. Eu choro quando escuto uma música da pitty [?] por lembrar minha irmã. Até parece que você já tinha o meu manual de instruções, porque você decifra os meus sonhos. Blues me dá vontade de strip tease. Eu sempre choro em filmes, mesmo quando não é pra tanto pra maioria das pessoas. Suspiro por desconhecidos. Prefiro os animais, e paixões, as platônicas.




Eu re-al-men-te quero a sorte de um amor tranqüilo mas sem marasmo, porque romance nunca é excesso e o amor romântico, segundo pesquisas da istoé, pode durar indefinidamente. tipo: eu vou contar pra todo mundo, eu vou pichar sua rua, vou bater na sua porta de noite completamente nuuuuuuuu... Digo. Detesto beijo na boca caverninha ou peixinho. minhas amigas sempre me contam detalhes sórdidos de suas vidas sexuais – acho que pareço confiável. E sou.
Eu queria passar horas só olhando pro chico e ouvindo ele falar qualquer bobagem. Eu já fiquei com um cara uns trinta centímetros menor que eu. Tá, nem tanto, mas tampinha mes-mo. Aprendi que engov é eficaz, mas nunca me lembro de tomar o segundo. Tenho ficado acordado até altas horas, escrevendo e ouvindo música. Pra variar. aliás, tô pensando seriamente em viver por uns tempos de strip em london ou barcelona.



Uns anos atrás um amigo de internet de mendoza me ligou, do nada, pra me dar parabéns pelo meu aniversário. conversamos em portuñol e tamanha delicadeza me pôs nas nuvens. nunca nos conhecemos. Mandei o (cinza das horas) pra ele via correios, e um cd da calcanhotto. esses dias ele me disse que até hoje escuta todos os dias a faixa oito. Bonitinho. Meu coração vagabundo só me põe em presepada. Novo mantra meu e da baleia: sem amor nem só a loucura. Se engana deliberadamente daí, bonita, que eu disfarço daqui, como se não fôssemos as últimas românticas de todos os litorais e não lêssemos pelo menos um trechinho de fernando pessoa todo santo final de tarde. eu tranco a porta para todas as mentiras, e a verdade também está lá fora… Sinceramente? Bebi mais que o ideal. De novo.

Para ser um bom amante






Para ser um bom amante não precisa muita pompa. há certamente os momentos em que formalidades e rituais são indispensáveis, mas eles são minoria. no geral, pra ser um bom amante basta um pouco de romance sincero. Só falar em amor quando realmente senti-lo, e só fazer promessas quando não houver a menor chance de descumpri-las.

Pra ser um bom amante é preciso bom senso. palavras levianas destroem a credibilidade, e atitudes impensadas podem trazer decepções imensuráveis. Pra derrubar o castelo de cartas que é o amor novo basta uma pitada de imaturidade. Por isso, nem se atreva assumir uma empreitada maior que você. É desabamento na certa, com inevitáveis mortos e feridos.

A menos que esteja disposto a largar tudo e trafegar na contramão quando necessário, nem se atreva a cogitar um mais-que-perfeito amor. Pra ser um bom amante é preciso saber ceder e estar disposto a aceitar críticas nem sempre gentis. É necessário abrir mão sem pedir nada em troca, mas com a plena convicção de que a recompensa valerá mil vezes.

Um bom amante deve manter um tiquinho de inocência pra equilibrar a sobriedade, porque certamente haverá pedras no caminho e só acreditando, a mágica acontece. Desconfiança mútua mata qualquer possibilidade de felicidade conjugal. Pra amar bem é preciso fé.

Amante bom é aquele decidido, disposto a mover mundos por seu amor e a perceber quando há reciprocidade pra embassar eventuais esforços ou abstenções. Amar direito é, acima de tudo, querer amar direito. É andar na linha que julgamos reta, é fazer para o outro exatamente o que gostaríamos que fizéssemos por nós, é se abster de egoísmos e temperamentalidades por algo que se realmente acredita maior.

Amante perfeito é aquele que olha na mesma direção que você, ainda que o trajeto seja diverso. Amante dos sonhos é aquele que por vezes te faz se questionar se tudo não é um sonho do qual você não quer acordar. O bom amante é aquele que não cabe num verso, numa canção nem num romance. É aquele para o qual palavras não são bastantes. Amor divino é aquele pelo qual todo mundo espera, mas para o qual uma minoria é capaz despertar e fazer acontecer.

Para ser um bom amante é preciso paciência pra encontrar outro bom amante – e essa é a parte mais difícil. Quando superada, o que acontece pouquíssimas vezes na vida de cada mortal, a felicidade é inevitável. que saibamos aproveitar as chances que nos vierem, e que sejamos felizes, nós, que preferimos enfrentar a vida aos pares.

Nem boa nem má. A vida é irônica!








A vida é sim bandida, e volta e meia nos dá rasteiras de quebrar as pernas. mas a vida é também doce, e quando menos esperamos nos dá como que um tapinha nas costas dizendo: “tá vendo, bobo? não é tão ruim assim”. tomemos eu como exemplo. recentemente terminei sem querer um relacionamento que teve momentos divinos. o bofe era meio metro, mais baixo que eu, e tinha tártaro (pronto, falei), mas eu era feliz com meu cascãozinho. era engraçadinho, o little mexican. enfim, depois do tombo sacodi a poeira e comecei a tramar meus planos mirabolantes de sexoamoreromance. mas é aquela história: quanto mais se vive, mais exigente se fica, e os quesitos mínimos para uma pessoa valer uma noite ou uma vida tendem cada vez mais ao máximo.




Além de todos os quesitos sine qua non já estabelecidos, acrescentei novos itens à lista. veja que com o tempo a gente também aprende a ser metódico, porque é mais fácil organizar o futuro quando se tem um inventário do passado. dentre as várias novas baboseiras que eu desejo num homem estão estatura superior a um metro e oitenta e voz de homem com agá grande, daquelas que enchem o cômodo. sei lá. quero outra vez sentir um abraço inteiro, completo, desses que só as pessoas maiores que a gente são capazes. e quero arrepiar ao som de uma voz não só quando sussurrada. nem preciso dizer que só vão me aparecer nanicos com voz de janete… digo.

Estava eu hoje à noitinha à espera de um táxi, rezando pra ser o silas simplesmente meu condutor, quem sem muito rodeio eu convidaria pra relaxar na januzzi. claro que na verdade eu já tinha a mais absoluta certeza que seria algum tio curitibano mal humorado ou, no máximo, um paulistano que acha curitiba o paraíso. quando a gente senta no banco de trás só consegue ver a pessoa pelo retrovisor em certas posições, e eu entrei sem olhar bem para o taxi driver. Eis que ele Diz: “boa noite”. se eu fosse o nino, teria levantado as orelhas na hora. que voz era aquela, maísa? e o cara era tão alto que tive que fazer o maior contorcionismo pra, sem sucesso, tentar examinar o material. Sim, eu sou um ímã de presepada.

papo vai, papo vem, ele não tem sotaque curitibano nem é capiau. comentou meio dançandinho que toda madrugada toca lady gaga e falou sobre a inconstitucionalidade de certas leis [?]. além de um senso de humor meio chandler bing o cara tinha conteúdo, minha gente. taxista cult, como os de buenos aires. tenho certeza que se houvesse tempo logo comentaria algum poema do drummond. e a risada era sempre gargalhada, deliciosa. Lá pelas tantas falou que antes do táxi tinha uma dupla sertaneja e que participou do fama. bom, ninguém é perfeito. depois, falou alguma coisa sobre a filha pequena e sobre a mulher. eu já tava vendo que era muita chuva na minha hortinha… pensei: é feio. Só pode. Tem dente torto e um barrigão. Não é possível que essa criatura, ca-sa-do e interessantíssimo seja bonito. seria muita ironia.

ao final da longa corrida em hora de rush pedi pra que ele me ajudasse com uma mala. eis que desce a criatura. pra mim foi em câmera lenta, como naqueles filmes açucarados. alto, seco e belo, com aquela barba de três dias que acaba com qualquer pessoa. Vestia uma camiseta preta surrada como a do seu madruga e nem usava sapatênis. wtf? como assim? e o sorriso branquinho? ahhhhhhhhhhh! obviamente um cara desse naipe não estaria disponível até seus quase quarenta anos. até pensei em esquecer meu telefone no carro, mas meus malditos escrúpulos me impediram de tentar destruir um lar.

nem boa nem má: a vida é irônica. morde e assopra, beija e cospe. mas eu me divirto com esses presentinhos que ela me dá. desses pequenos momentos se faz a felicidade, afinal.


Grato.

Rafis

Dionne Bromfield

Afilhada de Amy Winehouse lança disco no Dia das Crianças. Eita! a voz da menina é linda! A prodígio tem 11 anos só e assim como eu fiquei, tenho certeza que quando ela chegar no microfone e cantar vocês ficarão impressionados. Se esta daí não puxar a insanidade da tia, vai longe…

segunda-feira, 1 de março de 2010

Tokyo Glow

E quando o bonequinho do semáforo de “ande” resolve sair pra dar uma volta??

Amei o video, muito criativo!!

Curta em Stop-Motion muito bem pensado. Repare que tudo é filmado acelerado, mas ele está em velocidade normal, logo pra entender o quão difícil foi filmar isso, imagine o quão devagar ele teve que andar pra parecer normal diante tudo tão acelerado. (sacaram?)


Chama-se Tokyo Glow (adivinhe onde foi filmado?)





quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Tamanho PP, Obrigado






Eu não sou anoréxico. tá, uso roupa pp/36 e tenho quase um metro e oitenta de altura. é pro número da roupa casar com o do sapato. mas não é anorexia. nem bulimia. só vomito quando vou ao mc donalds. 3 vezes por semana. minhas únicas refeições semanais, fora os pés de alface. sem tempero, óbvio. e tomo umas xicarazinhas de conhaque pra me manter assim - BO-NI-TO. como você acha que a gisele mantém aquele corpitcho? muito chá, muito dedinho na goela, muito xenical. mas xenical não tomo. muito caro. como ela, tive até que por silicone, porque o bumbum cae quando a gente perde muito peso. pus em casa mesmo. silicone de construção, que é bem em conta.



pelanca? nãããão. passo renew, né? no corpo todo, 3 vezes ao dia. vem com protetor solar. a gente tem que se cuidar... quero morrer antes dos 40, porque tenho pavor de pele enrugada, flácida. por isso eu me exercito bastante. vou até o ibirapuera e volto quase todos os dias, de patinete. aproveito pra ganhar uns trocados: faço propaganda pro magrins, com uma bandeirinha cor-de-rosa pendurada nas costas, tipo capa-de-super-herói.




minha idade? olha, tenho 18 anos desde 2009. parei nos 18, porque daí pra frente é só decadência. pelo menos pra gente que não tem acesso ao botox, ao bisturi, aos personal trainners... sim, porque imagina a xuxa, por exemplo, com aquele nariz de tucano da época do filminho com o menino, sem aquelas próteses de 300 mililitros, sem ter lipado aqueles 5 quilos pós gravidez, sem aquele eterno bronzeado de máquina, com muita celulite, muita estria, as ruguinhas naturais da idade, sem hidratante monange nem no inverno nem no verão... olha... nem queira imaginar! mas é linda, a xuxa, depois de todas as recauchutagens. adoro ela. beijo, xuxa.




casar? ando meio desiludido com os homens. meu último namorado se descobriu gay depois de 2 anos de namoro. gostava tanto de brincar com pinto de borracha, daqueles que brilham no escuro... mas aconteceu bem naturalmente a viadagem dele. bem naturalmente nasceram os galhos na minha cabeça. bem naturalmente me trocou por um argentino com cilios gigantes [não só os cilios eram gigantes, presumo eu]. e bem naturalmente se mudou pro centro pra trabalhar na augusta como relações públicas. tudo muito natural (RISOS). e eu fiquei aqui, né. até tentei trabalhar minha sexualidade, comprei um all star, uns cintos de rebite, fiz uma tatuagem no cóccis e comecei a freqüentar uns locais fora do circuito ht, mas não deu muito certo. todas aquelas meninas de moleton e boné, pensei: homem e mulher, só o pinto de diferença mesmo. e faz falta né? de plástico não é a mesma coisa.




mas tô bem agora. freqüentando o mundinho glbttttts, com todo esse meu tamanho e meu bumbum de silicone tamanho 48, consegui um empreguinho digno. Conheci um hostess de uma boate gay phinissimo. muita pluma, muita purpurina, plataforma salto 12 e bebidas e drogas a la vonté. todo mundo acha que sou lesbica. o bom é que fico com várias Heteros lindíssimos que juram que sou uma sapa indecisa. um luxo.

Carta do Carlos


hoje eu te vi parado numa esquina do calçadão com seus inseparáveis fones de ouvido e óculos escuros gigantes. provavelmente esperava por alguém pra tomar um café ali por perto. fiquei do outro lado da rua durante uns dois minutos observando sua tristeza.você continua absolutamente igual desde toda a sua eternidade. esguio, queixo empinado, mão no bolso e escorado na parede com uma expressão grave. acendeu um cigarro, tragou lento e soltou sua fumaça ansiosa. mecheu no cabelo algumas vezes, ajeitou a camisa. mesmo claramente à espera de alguém, não olhava para os lados.voltei pra casa pensando nessa cena e tentando buscar na memória outras lembranças de você. me surpreendi ao não me recordar de muita coisa diferente do quadro que tinha visto minutos atrás: você calado e de cara amarrada, cabelos desalinhados, camisa surrada e fumaça de cigarro.me incomodou o fato de que tudo o que você representou tenha se resumido apenas a isso hoje - uma imagem previsível e sem muita graça. fiz um esforço pra desenterrar de algum vão em mim toda aquele encantamento que me fazia tremerem as pernas só de pensar em te ter perto de mim, mas não consegui identificar o porquê de toda aquela minha loucura.tentei, então, lembrar dos toques, das risadas que compartilhamos, de momentos felizes. aí, me deu o click: era dos seus cheiros que eu sentia falta [sim, o amor sempre tem cheiro].foi difícil me acostumar com a idéia de nunca mais dormir com você colado em mim com cheiro de cama. nunca mais acordar com a casa com cheiro de cigarro e café fresco. nunca mais domingo na lagoa e seu cabelo com cheiro de fritura. nunca mais seu cheiro de cansaço no final do dia. nunca mais o cheiro de incenso barato da sua casa. nunca mais o cheiro de álcool no seu hálito nas noites de dias-feiras. nunca mais minha casa com seu cheiro de banho. nunca mais o cheiro do seu edredom. nunca mais nossos cheiros parisienses fake misturados nas baladas. nunca mais seu cheiro no meu travesseiro. até do cheiro das suas roupas lavadas mensalmente sentia falta. mas o que mais doía era nunca mais aquele cheiro entre o seu ombro e o seu pescoço - fatal.agridoces, aqueles tempos: meus pensamentos mais bonitos vestidos de você, com suas cores, com seu ritmo e, principalmente, com seus cheiros. agora somos eu aqui e você aí-longe-não-sei-onde. melhor assim.

Devolve minha bunda gata


"Vamos falar de orkut". e vamos falar de plágio. e de bundas também.
é a coisa mais comum do mundo ver miguxos internautas colando letras de música e textos de qualquer natureza em seus fotologs/perfis de orkut sem colocar os créditos. não é muito legal, mas passa, desde que a criatura não assuma a autoria. pra quem produz esses escritos é ingrato, mas ainda assim uma massagenzinha no ego. enfim, parte do ônus de pôr a cara na tela.
o que me "derrubou o cu da bunda", como diria meu digníssimo e desbocadíssimo mexicano de estimação, foi encontrar uma foto do meu derrière no álbum de fotos de uma desconhecida como se [a bunda] a ela pertencesse. o pior: até a legenda foi copiada - "é tudo uma questão de ângulo".
o que fazer numa situação dessas? a) sentir-se a última delícia do universo; b) mandar a mina malhar a própria bunda, fazer umas fotos e ter fé no photoshop; c) sugerir à mina pegar uma obra; d) nada; e) n.d.a. pois foi letra e: educadamente pedi minha bunda de volta. e minha legenda também. egoísmo? vaidade? pode ser. mas a bunda é minha e nela ninguém tasca. até tasca, na verdade, mas com minha permissão. muito justo.
bem sei que é impossível dar crédito a tudo o que se divulga porque muito do que circula pela internet tem origem incerta. entendo perfeitamente o intuito desses ctrl+c/ctrl+v: parecer bem na foto. até aí, perfeito. agora, assumir a propriedade intelectual de um texto, de uma música ou mesmo de uma bunda que se sabe de onde veio é muita falta de noção. falta de noção ponto, assim mesmo, porque inexiste continuação não ofensiva possível pra essa frase.
sem aspas nem referência, vá lá; assinar em nome de outro ou, pior ainda, se apropriar do bumbum alheio é pedir pra ser mandado carpir uma roça [pra não dizer outra coisa, porque depois de ler dener - o luxo decidi tentar ser uma pessoa phi-na. tá difícil...]. questão de honestidade, senhores.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Carta ao senhor destino


caríssimo senhor dos tempos,gostaria de agradecê-lo pelo sopro de ar fresco que o senhor me mandou nesses últimos dias. tenho que confessar que me surpreendeu esse seu surto de inspiração que o fez inaugurar em minha vidinha uma trama sem personagens superficiais ou acometidos por algum tipo de psicose.
Decidiu deixar o sadismo de lado por uns tempos, é? bom menino...
não posso deixar de elogiá-lo pela escrita enxuta, elegante, ritmada e repleta de diálogos dignos de post-its cor-de-rosa a serem grudados na minha memória.o senhor bem sabe que não sou de contos; gosto de romances com páginas infinitas. portanto, tenha a bondade de manter a linha de ação e não me aparecer com um desfecho xexelento entre uma cena colorida e outra.prometo mastigar palavra por palavra bem devagar, virar cada página que chega ao fim com um suspiro e sorrir bobamente a cada ponto final se não cairmos no cru nem no cruel mais uma vez.
beijomeguia.
seu joguete, rafis.